Qual a relação entre o filme o Show De Truman, o conceito sociológico de hiper-real, o aí dentro de Ciro Gomes e o grupo de watsapp da família? Na terceira edição do bricojor uma reflexão sobre fake news na política e sua relação com a velocidade e o vazio na sociedade contemporânea.
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Meu 1º podcast | Curso online e gratuito sobre produção de podcast
Galera, com muita alegria divulgamos a nova produção do Laboratório Criativo Esticando a Baladeira, o curso online gratuito
MEU PRIMEIRO PODCAST =)
Nele, o nosso querido intelectual do som, Elton Bastos, organizou uma série de conteúdos essenciais para quem gostaria de produzir um podcast mas não faz ideia de como começar.
Ele está disponível integralmente no canal do Youtube do Esticando em 4 aulas, totalizando mais de 1 hora de curso!
Se liga na descrição das aulas e nos links para cada uma delas:
Aula 1 – Produção de podcast com a Profª Eugenia Cabral
Aula 2 – Roteiro de podcast com o Profº Leandro Maciel
Aula 3 – Captação e edição de podcast com Elton Bastos | Parte 1
Aula 3 – Captação e edição de podcast com Elton Bastos | Parte 2
Aula 4 – Divulgação de podcast com o Profº Jorge Godoy
Quem puder e quiser, por favor, divulgue em suas redes sociais e em seus grupos de WhatsApp, passe para aquele amigo que sempre mostrou interesse em começar um podcast e, antes de tudo, ASSISTA E NOS CONTE O QUE ACHOU =)Você pode conhecer mais sobre esse e outros projetos criativos no site esticandoabaladeira.com.br
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🎙 Spotify | https://is.gd/esticandonospotify
🎙 Deezer | https://is.gd/esticandonodeezerEste curso só pode ser possível graças ao apoio da Secultfor e da Lei Aldir Blanc =)
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Shu Ha Ri | O Aikido e sua filosofia criativa — parte 2
Neste artigo continuo a conversa que iniciamos no anterior “O Aikidô e sua filosofia criativa — parte 1” =)
Nesta segunda parte, explico um pouco sobre a origem do Aikidô e abordo um dos aspectos de sua filosofia, que se conecta à forma como seus praticantes aprendem e como que isso se relaciona com a jornada de um profissional criativo.
O Aikidô foi fundado por Morihei Ueshiba (O-Sensei), na primeira metade do século XX, no Japão. Um dos pilares filosóficos e espirituais desta arte marcial era uma religião recente, na época, conhecida como Oomoto-kyu, que pode ser traduzida como “Grande Origem”. Ela possuía raízes no Xintoísmo e acreditava que “Deus é o Espírito que anima todas as coisas e o homem é o administrador de um governo universal. Quando o homem se une com Deus, manifestam-se uma autoridade e um poder infinitos.”
Essa filosofia carregava um série de ensinamentos tradicionais japoneses. Entre eles, o Shuhari, que já havia sido incorporado por outras artes marciais antes mesmo do Aikidô.
O Shuhari é conhecido como a sintetização do processo de aprendizagem de uma arte, seja ela marcial ou não, e se divide em três estágios: (Shu, 守:しゅ: obedecer/proteger; Ha, 破:は: romper/modificar; Ri, 離:り: separar/superar).
No estágio Shu, o praticante iniciante é apresentado à filosofia, à estrutura dos golpes e repete exatamente aquilo que lhe foi falado, corrigindo os erros apontados pelo seu mestre e refinando sua arte a cada novo golpe.
Após muito treino, o aprendiz domina as regras básicas de sua arte e encontra a sua própria forma de fazer alguns movimentos. Este estágio é conhecido como Ha.
Finalmente, o aluno se torna mestre e passa a sentir sua própria arte, abandonando as regras básicas e se torna naturalmente criativo, alcançando a liberdade de ser aquilo que tanto praticou. Ele alcançou o estágio Ri, o último de seu processo de aprendizado.
Após compreender estes três estágios, fica mais fácil compreender o caminho para a criatividade, pelo olhar da cultura japonesa e suas artes marciais: 1) aprender o básico e obedecer fielmente aquilo que lhe é ensinado; 2) dominar as regras básicas e descobrir sua própria forma de fazer; 3) alcançar a liberdade do fazer e, assim, criar.
Podemos traçar um paralelo do Shuhari com o aprendizado de diversas softs skills. O calígrafo, por exemplo, precisa aprender a forma das letras em determinados estilos de escrita e praticá-las até que seu corpo aprenda a reproduzi-la perfeitamente. Após este treino, ele passa a reconhecer características de seu estilo em sua grafia e os incorpora à sua forma de caligrafar. Por fim, ele alcança o estágio de escrever com seu corpo e alma. Suas letras saem belas não importa de que forma as faça ou quais ferramentas utilize. Ele está em Ri.
Algo próximo também ocorre com os músicos. O jazzista Clark Terry, no artigo3 passos para aprender improvisação, revela que a arte de aprender a improvisar está em três palavras: imitação, assimilação e inovação. Terry defende, portanto, que se faz necessário imitar os artistas que admira e, com a prática, começar a compreender as pequenas nuances escondidas entre as notas. Isso só será possível ao conseguir incorporar à sua mente não consciente todos os movimentos necessários com exatidão. Só assim a ginga, os tempos e as harmonias passarão a se destacar em seus ouvidos e será possível iniciar a construção de seu próprio estilo. Com isso, poderá improvisar com liberdade e assertividade. Para Terry, não é possível improvisar verdadeiramente sem que os passos da imitação e da assimilação tenham sido percorridos exaustivamente.
Graças a Terry, percebemos a importância do rigor em adquirir repertório. Isso mesmo. Ao treinar exaustivamente e buscar referências em seus ídolos, o criativo inicia seu processo de criação e gestão de seu próprio repertório. Ele primeiro trilha os caminhos de seus mestres e, durante o caminhar, identifica aquilo que faz parte de seu estilo e o absorve. Aquilo que aprende e percebe que não faz sentido para sua jornada, descarta gentilmente.
Muitos criativos acreditam em fórmulas mágicas, cursos reveladores e metodologias inovadoras que prometem desbloquear sua criatividade e torná-lo criativo da noite pro dia.
Cuidado.
Você já é criativo.
Você sempre foi criativo.
Talvez só tenha parado de praticar. E praticar, como vimos, é apenas o primeiro estágio de uma longa e criativa caminhada.
Um dos sintomas que mais identifico em sala de aula e no mercado (e em mim, muitas vezes) é a necessidade de querer queimar etapas do processo criativo e acreditar que sua primeira ideia é a melhor. Que a crítica do colega é recalque ou exagero porque seu trabalho está perfeito. Que o ponto de vista do design ou de outra área mais ligada às soft skills seja considerado secundário e até mesmo irrelevante em projetos multidisciplinares.
Novamente, cuidado.
Boa parte destes argumentos refletem uma dormência artística e até mesmo certa preguiça em percorrer o duro caminho do desenvolvimento técnico e criativo. Cada apontamento, cada refação e cada sugestão lapidam o seu estágio de Shu e ignorá-los fatalmente o aprisionará logo no início de seu aprendizado. Sempre há algo a melhorar.
Essa é a magia do caminho do guerreiro. Do bom combate.
Até a próxima parte desta esticada!
Não deixe de comentar o que achou desse texto e não tenha pena de mim: critique com gosto!
Insightê a todos 🙏
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